Trabalho, fertilizantes e sustentabilidade: fatores para melhorar a competitividade dos mirtilos em Jalisco

Alejandro Velázquez conversou com a Blueberries Consulting no âmbito do Seminário Internacional sobre Blueberries México 2022.

Líderes destacados da indústria de mirtilo se reuniram para iniciar a XXII edição do Seminário Internacional de Mirtilos México 2022. Entre eles estava o Sr. Alejandro Velázquez, Diretor Geral de Competitividade Agroalimentar da Secretaria de Desenvolvimento Rural do Estado de Jalisco, departamento patrocinador do o evento.

Jalisco é a área produtora de mirtilo com maior área plantada no México, chegando a 3.581 hectares plantados em 2021. A diferença de temperatura entre o dia e a noite faz com que a região tenha um grande potencial para o cultivo de mirtilos, cujo sabor depende dessa qualidade climática.

Mais de 90% da produção é destinada aos mercados da América do Norte, Estados Unidos e Canadá, sendo o primeiro país o que concentra a maior parte do total das exportações mexicanas dada a sua proximidade geográfica. No entanto, após o crescimento da produção peruana, o México deve competir com os mirtilos deste país, que já é o maior exportador de mirtilos do mundo e o maior fornecedor dos Estados Unidos, transportando no auge da temporada peruana cerca de 90% do a oferta total disponível no país norte-americano.

Por isso, desde o Estado de Jalisco, procuram cuidar e promover a competitividade mexicana. Após as palavras de boas-vindas, Alejandro Velázquez conversou com exclusividade com a Blueberries Consulting sobre os principais fatores que podem reduzir ou aumentar a capacidade competitiva do México no mercado internacional.

Quais são os principais desafios para a competitividade do mirtilo mexicano em seus principais mercados?

Um dos principais desafios é, definitivamente, manter os custos de produção competitivos, principalmente diante do aumento e escassez de fertilizantes. É um impacto muito forte na rentabilidade da safra, pois os preços não foram ajustados para o aumento desses insumos. Mas também muito importante, são as condições de trabalho; a disponibilidade de mão de obra e que estejam em condições adequadas, que permitam às empresas serem competitivas. E por fim a questão da sustentabilidade. Acho que vamos ter que apoiar cada vez mais o uso de tecnologias verdes, o uso de produtos orgânicos. O manejo das culturas com práticas cada vez mais amigáveis ​​ao meio ambiente.

Quais são os problemas de mão de obra que estão afetando a renda final dos produtores?

O que detectamos é que está cada vez mais difícil para as empresas contratar mão de obra, justamente onde estão localizados os centros de produção. Então as pessoas preferem migrar para os centros urbanos. A cultura também tem crescido muito significativamente e compete não só com as próprias bagas, mas com outras culturas, como o agave e outras árvores de fruto. A mão de obra está se tornando cada vez mais escassa e instamos as empresas a fornecer a mão de obra que possuem, condições justas e bons benefícios para os trabalhadores; cuide deles.

Após o início da guerra entre a Rússia e a Ucrânia, os preços dos fertilizantes aumentaram. Você acha que o aumento dos custos do produtor será absorvido pelo preço da fruta?

Acho que se vai se refletir mais no custo do produto final, vai acabar sendo pago pelo consumidor. Mas sobretudo, acredito que haverá, a médio prazo, uma migração para os fertilizantes ou para outros tipos de insumos que permitam substituir alguns dos produtos que são escassos. Acredito também que permitirá um desenvolvimento mais rápido das culturas biológicas, porque será mais promovida a utilização de fertilizantes orgânicos especificamente na cultura do mirtilo.

Finalmente, por que você quer promover a sustentabilidade na agricultura de mirtilo? É para cuidar dos recursos ou para se abrir a novos mercados?

Em primeiro lugar, se há interesse em cuidar do uso e gestão da água, além da gestão dos resíduos gerados pela produção agrícola. E em segundo lugar está justamente poder garantir o acesso a mercados cada vez mais restritos e que também exigem mais certificações para poder comercializar produtos seguros. Acredito que o Governo do Estado está apostando muito forte no uso de sistemas sustentáveis. Prova disso são os programas de apoio que temos especificamente para todas as unidades produtivas com sustentabilidade. Reitero a gestão e cuidado, principalmente da água, neste caso, a destinação dos resíduos, mas também o acesso a outros mercados que acabam por ser melhores para a rentabilidade do produtor.

fonte
Catalina Pérez R.- Consultoria Mirtilos

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