África busca cooperação da América Latina e do Caribe para o desenvolvimento das exportações, recuperação do solo e reflorestamento

O Agro emprega entre 60 e 80% da população da África, ou seja, 54% da população ativa do continente e, além disso, os pequenos agricultores são os que produzem em torno de 80% dos alimentos. Até 2050, um dos objetivos é aumentar a produção de alimentos em 350%.

Liderança nas exportações e produção

A Aliança para a Revolução Verde da África (AGRA), que atua em 11 países daquele continente e promove uma transformação agrícola que aumenta a renda dos produtores e melhora a segurança alimentar, identificou o modelo de agricultura tropical do Brasil e sua liderança nas exportações da carne e o setor da soja, a recuperação do solo e o reflorestamento, como as áreas em que a África pode obter a cooperação da América Latina e do Caribe para seu desenvolvimento.

A proposta foi feita por Fadel Ndiame, vice-presidente da AGRA, durante sua participação na Semana Internacional da Agricultura Tropical, organizada pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) para trocar experiências de pesquisadores e empresários no uso sustentável de tecnologias para a adaptação da agricultura às condições climáticas e ambientais dos trópicos.

Transformação Agrícola Inclusiva

Nesse sentido, o representante da AGRA, uma organização que foi fundada em 2006 sob a liderança do ex-secretário-geral da ONU Kofi Annan e que busca catalisar uma transformação agrícola inclusiva na África, aumentando a renda e melhorando a segurança alimentar de 30 milhões de agricultores famílias de 11 países manifestaram interesse em estabelecer Cooperação Sul-Sul com a América Latina e Caribe, especialmente em termos do modelo de agricultura tropical do Brasil, recuperação de solo, liderança nas exportações dos setores de carne e soja e reflorestamento, entre outros.

“Estamos muito interessados ​​em oportunidades de Cooperação Sul-Sul na recuperação de milhões de hectares de solos ácidos, explorando modelos de desenvolvimento, o modelo tropical do Brasil que é muito diferente do nosso, temos interesse na troca de conhecimentos de como o Brasil se tornou um dos cinco mais importantes exportadores de alimentos, principalmente no setor de carne e soja, explorando a oportunidade de trabalhar em reflorestamento, reabilitação de terras e serviços ecossistêmicos ”, comentou Ndiame, sociólogo com mais de 30 anos de experiência em agricultura e políticas e programas de desenvolvimento econômico.

Colaboração do brasil

O líder africano também identificou como outro ponto de colaboração a experiência da Embrapa no desenvolvimento de pesquisas no Cerrado, o segundo maior bioma (conjunto de ecossistemas que apresentam semelhanças no clima, na fauna e na flora) do Brasil. É uma savana de clima tropical com a maior biodiversidade do mundo (5% dos animais e plantas de todo o planeta).

O Cerrado também é uma importante fonte de água do país porque são as nascentes principais que alimentam oito das 12 regiões hidrográficas do país. Além disso, possui solos que podem armazenar grande quantidade de carbono e, embora tenham naturalmente baixa fertilidade, os avanços tecnológicos aumentaram a produtividade da agricultura e da pecuária.

Um sistema alimentar sustentável

Na Semana Internacional da Agricultura Tropical, também foram arrecadados subsídios para a consolidação de uma posição convergente das Américas à Cúpula de Sistemas Alimentares convocada pela Organização das Nações Unidas (ONU) para o final de setembro em Nova York.

Ndiame disse que a Cimeira será o pilar para avançar rumo à sustentabilidade e promover dietas mais saudáveis, embora tenha indicado que cada país e continente deve marcar o seu próprio caminho para um sistema alimentar sustentável.

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