Cientistas criam filmes de embalagem comestíveis

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Por duas décadas, cientistas da Embrapa Instrumentação (Brasil) fizeram avanços científicos para atingir um único objetivo: desenvolver embalagens a partir de alimentos. Agora, essa tecnologia inovadora e sustentável está um passo mais próxima de sua comercialização.

E é que os pesquisadores desenvolveram filmes comestíveis feitos a partir de diferentes alimentos, como espinafre, mamão, goiaba, tomate e muitos outros que podem ser usados ​​como matéria-prima.
O trabalho de pesquisa desenvolvido como parte da Rede de Nanotecnologia Aplicada ao Agronegócio (AgroNano) recebeu um investimento próximo aos R $ 200 mil [US $ 72.166], segundo a Embrapa.

"Podemos usar resíduos da indústria alimentícia para fabricar o material, o que garante duas características de sustentabilidade: o uso de resíduos alimentares e a substituição de um recipiente sintético que seria descartado"Disse o chefe da Embrapa Instrumentação, o pesquisador Luiz Henrique Capparelli Mattoso, que liderou a investigação.

No início da pesquisa, os cientistas da Embrapa se concentraram no uso de materiais renováveis, estudando alternativas aos polímeros sintéticos derivados do petróleo, que levam anos para degradar quando são descartados. Como resultado disso, a equipe começou a adicionar fibras naturais aos plásticos sintéticos, gerando novos compostos.

E é que o material tem características físicas semelhantes aos plásticos convencionais, como resistência e textura, e têm a mesma capacidade de proteger os alimentos. No entanto, o fato de poder ser ingerido abre um vasto campo a ser explorado pela indústria de embalagens e tudo está na matéria-prima. Plástico comestível é basicamente feito de alimentos desidratados misturados com um nanomaterial que tem a função de unir a mistura.

Em particular, fibras naturais têm componentes como celulose e lignina, chamados polímeros naturais porque suas macromoléculas são similares aos polímeros sintéticos.

Assim, sisal, algodão, juta, fibra de coco e bagaço de cana foram algumas fibras naturais testadas que entraram na composição desses materiais. Como resultado, o composto apresentou propriedades mecânicas várias vezes superiores aos plásticos sintéticos.

Mattoso disse que em testes de laboratório estes foram mais resistentes à tração e impacto, e são até três vezes mais rígidos que os 100% de polímeros sintéticos.

Mas isso não é tudo, pois esta pesquisa abriu uma oportunidade para o uso de resíduos das indústrias de processamento.

"Para nossa surpresa, os resíduos coletados nas indústrias de processamento, como o pó de fibras naturais, tinham as mesmas características de toda a fibra."Ele disse.

Isso, dado que esses resíduos têm a mesma qualidade de toda a fibra natural, por isso, Mattoso acredita que pode gerar um novo mercado a partir do aproveitamento de resíduos industriais a partir do processamento de sisal, juta, algodão e cana. açucar

Quando os pesquisadores se concentraram no desenvolvimento de recipientes comestíveis, eles tiveram que incorporar os mais altos padrões de segurança e higiene no processo de fabricação. Nesse sentido, os pesquisadores realizaram testes adicionando quitosana, um polissacarídeo que forma a casca de caranguejos, uma molécula natural que possui propriedades bactericidas que podem aumentar a vida de prateleira dos alimentos.

"O maior desafio deste trabalho foi encontrar a formulação ideal, os ingredientes da receita e as proporções para que o material tivesse as características que precisávamos"Disse o engenheiro de materiais, José Manoel Marconcini, pesquisador da Embrapa, que também participou do trabalho.

Marconcini explicou que os alimentos utilizados como matéria-prima passam pelo processo de liofilização, o que resulta em um alimento totalmente desidratado, com a vantagem de manter suas propriedades nutricionais. Este processo pode ser aplicado a diversos alimentos, como frutas, verduras e até alguns tipos de especiarias, o que explica a grande diversidade de matérias-primas comestíveis, que poderiam imprimir seu sabor e cor nos recipientes.

Desta forma, o desenvolvimento inovador poderia tirar proveito tanto do desperdício da indústria perecível, produtos processados ​​e do crescente setor de alimentos preparados. E é que, entre os desperdícios da indústria alimentícia, há muitos vegetais que não são comercializados simplesmente por não terem boa aparência, apesar de estarem em condições frescas.

"Estes vegetais podem ser matérias-primas para recipientes comestíveis"Disse o especialista que já prevê alianças entre empresas do setor para que os resultados obtidos no laboratório sejam desenvolvidos como produto comercial.

Desde:

-A segunda etapa da pesquisa procurou desenvolver um material feito inteiramente a partir de fontes renováveis, sem a adição de plásticos à base de petróleo. Amido, polissacarídeos, derivados de celulose e proteínas foram testados para gerar novos materiais.

Antes de chegar ao plástico comestível, a equipe de pesquisa também desenvolveu polímeros biodegradáveis. Motivado pela demanda de contêineres que foram absorvidos pelo ambiente em pouco tempo, os pesquisadores puderam obter plásticos a partir de materiais naturais com essa característica.

 

Fonte Portal de frutas

 

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