Cientistas peruanos recuperam e estudam mirtilos silvestres da região amazônica
O mirtilo é uma das culturas consideradas superalimentos por sua importante contribuição nutricional e benefícios à saúde. E o Peru se tornou nos últimos anos um dos principais exportadores dessa fruta roxa escura que faz parte das chamadas “bagas”.
Pesquisa
“Rebentos vegetativos foram coletados em Molinopampa, Calla Calla, La Jalca, Huancas e Leymebamba, localizados a 3,000 metros de altitude. As amostras foram levadas ao laboratório INDES-CES da UNTRM e, depois de desinfetadas, foram submetidas à ação do hormônio sintético utilizado a 100% de sua capacidade ”, afirmou.
“As amostras foram colocadas num túnel de enraizamento com sistema de irrigação por névoa que facilita ter uma elevada humidade relativa e evitar a desidratação das plantas, mantendo o seu potencial hídrico e finalmente conseguindo a sua regeneração”, acrescentou.
Após serem submetidas ao método de enraizamento e à ação do hormônio sintético, conseguiu-se que cinco das amostras ou variedades de mirtilos responderam satisfatoriamente e se propagaram, o que esclareceu o grande potencial genético desses mirtilos silvestres para promover sua domesticação, grande - cultivo em escala e comercialização a nível nacional e internacional.
Outro aspecto muito positivo que tem sido observado nas variedades silvestres de mirtilo na região amazônica é a grande resistência ao estresse e adaptação à altitude, visto que crescem sem problemas em locais localizados a 3,000 metros acima do nível do mar.
“Isso cria uma oportunidade de desenvolver estudos genéticos para conseguir enxertos dessas variedades silvestres com espécies comerciais, que são muito sensíveis e não se adaptaram 100% na região amazônica”, destacou Tejada Alvarado.
Publicação dos resultados em revista científica
Segunda fase da investigação
“Está avaliando seus componentes bioativos como antioxidantes, vitaminas, fenóis, entre outros que ajudam a prevenir e combater várias doenças, inclusive o câncer”, enfatizou.
Outro estudo analisa a composição molecular dessas variedades silvestres de mirtilo para dar-lhes um nome científico.
Além de mirtilos, pesquisadores do Universidade Nacional Toribio Rodríguez de Mendoza Eles têm interesse em estudar a amora-preta, outra das frutas silvestres nativas da região amazônica e que tem grande potencial para competir com a framboesa, que faz parte das “bagas” de grande demanda comercial, principalmente na indústria alimentícia.
Time de pesquisa
A equipe de pesquisa deste projeto é liderada por Manuel Oliva, diretor do INDES-CES, e composta, além de Jesús Tejada Alvarado, pelos pesquisadores Benjamín Meléndez Mori, Nuri Vilca Valqui e Einer Huamán Huamán.
Perfil do Investigador
José Tejeda Alvarado é agrônomo formado na Faculdade de Ciências Agrárias da Universidade Nacional Toribio Rodríguez de Mendoza e seu interesse pelo estudo do mirtilo se materializou em sua tese de pós-graduação para a obtenção do título. Da mesma forma, possui especialização em execução, acompanhamento e encerramento de projetos de inovação.
Ele planeja se candidatar a uma bolsa de mestrado em fisiologia vegetal e melhoramento genético, com foco em espécies de frutos silvestres existentes na região amazônica.