Fernando Cillóniz, diretor do Inform@cción:

“Os mirtilos mais uma vez se tornaram a principal cultura de exportação do Peru, crescendo 14% em relação ao ano anterior.”

Esse crescimento notável não reflete apenas a capacidade produtiva do setor, mas também sua capacidade de se adaptar e se recuperar rapidamente de condições climáticas adversas, como as vivenciadas em 2023.

O engenheiro e político peruano Fernando Cillóniz, como diretor da Inform@acción, participou da Anuário do Mercado Internacional de Mirtilos da iQonsulting 2025 com uma coluna interessante sobre a temporada 2024/2015 da indústria peruana de mirtilo.

O especialista comenta que, durante a temporada encerrada em abril de 2025, o Peru conseguiu exportar um volume recorde de 317 toneladas de mirtilos frescos, consolidando assim sua liderança global na produção e exportação dessa safra. Esse número histórico não só supera o recorde anterior de 280 toneladas da safra 2022/2023, como também reflete a capacidade resiliente e competitiva da agricultura peruana, especialmente diante dos desafios climáticos que afetaram a produção em 2023, destaca Cillóniz.

Esse crescimento notável não reflete apenas a capacidade produtiva do setor, mas também sua capacidade de se adaptar e se recuperar rapidamente de condições climáticas adversas, como as vivenciadas em 2023.

Principal cultura de exportação

Cillóniz relata que, superado o fenômeno do "inverno quente", que afetou a safra 2023/2024, a atividade produtiva retornou à sua trajetória de crescimento. "Desde o início do cultivo comercial de mirtilo em 2013, o setor continua apresentando dinamismo", enfatiza, explicando que, nesse contexto, o mirtilo se posicionou novamente como a principal cultura de exportação do Peru, atingindo um valor FOB de US$ 2,121 bilhões, representando um aumento de 14% em relação ao ano anterior.

Cillóniz apresenta uma estatística notável: apesar do crescimento do volume exportado, os preços FOB permaneceram estáveis. O preço FOB médio para a safra 2024/2025 foi de US$ 6.69 por quilo, superior à média da safra 2023/2024 (US$ 4.75) e ainda acima da média histórica de US$ 3.81/kg. Isso demonstra uma notável força na demanda internacional, bem como a capacidade do setor de oferecer produtos de alto valor agregado.

Mais superfície, mais variedades, novas áreas

Em relação à área cultivada, relata-se um crescimento de 19,269 hectares em 2023 para 20,753 hectares em 2024, um número bastante significativo considerando que em 2016 havia apenas 1,900 hectares. Quanto às principais regiões produtoras, elas continuam sendo La Libertad (9,463 ha), Lambayeque (7,244 ha) e Ica (2,144 ha), com crescimento emergente em Lima, Ancash e Piura.

 

Em relação às variedades, a Ventura desbancou a Biloxi como a mais cultivada, seguida pela Rocío, Emerald, Sekoya e Mágica, refletindo uma tendência por variedades mais adaptadas a climas quentes, mais resistentes e que oferecem maior produtividade e qualidade sensorial.

No futuro, espera-se que novas áreas de produção entrem no mercado de exportação em 2025 e 2026, especialmente em regiões como Ica, o que permitirá a sustentação e a expansão dos volumes de exportação. Esse crescimento deve ser acompanhado por processos de mecanização e automação, além de um controle mais rigoroso dos custos e da qualidade dos produtos.

Eles podem ficar de fora do mercado

Cillóniz alerta que nem todos os produtores conseguirão se adaptar, pois aqueles que não inovarem, diversificarem ou melhorarem sua eficiência poderão ser excluídos do mercado. Em contrapartida, os agricultores que adotarem melhores práticas tecnológicas e novas variedades, otimizarem seus processos e aprimorarem sua comercialização serão fundamentais para o sucesso futuro dos mirtilos peruanos, afirma.

Modernizar a produção, adotar variedades com atributos comerciais aprimorados, mecanizar processos e controlar rigorosamente os custos são fatores-chave para o sucesso futuro. "Os produtores que não se adaptarem ficarão para trás, enquanto aqueles que se concentrarem em eficiência e inovação manterão a liderança."

Investimento e rentabilidade

Em outro aspecto, o especialista destaca o crescente papel do capital internacional no setor. Ele ressalta que empresas estrangeiras e fundos de investimento estão adquirindo ativos de empresas operacionais, o que não só confirma a rentabilidade do negócio, mas também a confiança na agricultura peruana. Fatores como qualidade do solo, clima favorável, disponibilidade hídrica e fitossanidade tornam o Peru um destino muito atraente para a agricultura de exportação.

Aprendendo a crescer

Ele prevê que o desafio para o setor de mirtilo peruano e, por extensão, para toda a agricultura nacional, continuará sendo produzir mais e melhor, mas com menos recursos, ou seja, alcançar uma produção eficiente, sustentável e lucrativa.

O caso do mirtilo peruano é um exemplo claro de como a agricultura nacional pode atingir níveis de excelência e competitividade global quando condições naturais favoráveis ​​se combinam com visão empreendedora, investimento tecnológico e gestão eficiente. O desafio é claro: continuar crescendo em produtividade e qualidade, mas com sustentabilidade e redução do uso de recursos.

fonte
Consultoria Blueberries

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