O consumo de mirtilo continua a oferecer potencial

O mercado mudou muito desde que a empresa começou a se especializar na logística de mirtilo, há doze anos. «Antes focávamos nas embalagens a granel; agora, principalmente na selagem térmica de cubas e na colocação de rótulos. Os custos, especialmente o aumento da mão-de-obra, são os principais impulsionadores desta mudança, razão pela qual a embalagem na fonte se tornou a norma. Há dois anos, a LBP chegou a desmantelar as suas linhas de embalagem para se concentrar inteiramente na classificação manual e na selagem a quente.
Mudança de países de origem
Chile, Argentina e Uruguai costumavam ser os principais fornecedores de mirtilos, mas novas origens estão surgindo neste mercado. «O Peru é um dos principais atores, com mais de 100 contêineres semanais na temporada. Mas a Europa de Leste e Marrocos também registam um crescimento significativo”, afirma Anton. A África Austral também está a ganhar terreno. “Estão a ser feitos muitos investimentos na África do Sul, Namíbia e Zâmbia, que beneficiam do facto de a sua época decorrer em boas datas e oferecem oportunidades, desde que a sua qualidade e logística estejam em ordem.”
Apesar disso, os países tradicionais da América do Sul não perderam relevância. «O Peru continua crescendo e investindo muito em novas plantações. O Chile, porém, está um pouco atrás; está apostando em novas variedades. A Argentina agora se concentra sobretudo na bagas ecológico, dos quais o Peru tem menos", detalha Anton.
O impacto do El Niño
A influência de fenómenos meteorológicos como o El Niño é um desafio importante para o setor do mirtilo. «No ano passado perdemos quase 40% do volume do Peru devido ao mau tempo. O início da temporada foi adiado este ano, mas a qualidade ainda é boa. Graças a variedades fortes como Sekoya e Ventura, o produto resiste melhor aos longos tempos de trânsito para a Europa."
Crescimento do consumo
A procura por mirtilos continua a aumentar, especialmente o volume por embalagem. «Antes, as embalagens de 125 g eram a norma; Agora, existem cada vez mais potes de 300 g. As pessoas compram o mesmo número de potes, mas com mais frutas”, explica Filippo. Embora o potencial do mercado europeu não seja comparável ao dos EUA, Filippo vê espaço para crescimento.
Desafios e evolução dos preços
O aumento constante dos plantios e dos volumes traz desafios, principalmente no que diz respeito aos preços. “O aumento dos volumes afeta preços e custos logísticos e nos próximos anos é um ponto chave ao qual teremos que estar atentos”.
Após uma longa carreira em logística, Anton entregou o bastão no final de 2024. Atualmente está aposentado. «Estou orgulhoso da evolução do setor do mirtilo. Ainda existem muitos desafios, mas também muitas oportunidades”, conclui Anton.