“Há muitos mirtilos diferentes no mercado e as experiências dos consumidores são muito diferentes…”

A 40ª edição da Macfrut, importante feira internacional do setor de frutas e verduras, está chegando ao fim na Itália. No encontro que aconteceu nas instalações do Rimini Expo Center nos primeiros dias de maio, os mirtilos foram a estrela do evento com a celebração do Dias Internacionais do Mirtilo.
Os mais destacados especialistas técnicos e científicos internacionais participam dos três dias do encontro, juntamente com importantes players mundiais, como Driscoll's, um dos principais produtores de viveiros e frutas, e o australiano Costa Group, um dos principais criadores e produtores de mirtilos .
Reunião técnica e comercial
Na quarta-feira, dia 3 de maio, aconteceu o “Simpósio do Mirtilo”, que abordou temas científicos fundamentais para a indústria e cultivo, como genética, viveiros, nutrição, técnicas de cultivo e propagação, e biomédica qualitativa, nutricional e de cranberry. A realidade produtiva dos principais players mundiais e o comportamento do mercado internacional de frutas também emergiram nas rodadas de perguntas e conversas.
Neste dia, conduzido e moderado por Bruno Mezzetti, expôs Jorge Esquivel Manterola, Diretor de Consultoria Blueberries, desenvolvendo a apresentação: Características de plantas de mirtilo adaptadas a diferentes condições edafoclimáticas.
Competitividade pela qualidade
Foi uma interessante apresentação do especialista, que, apesar de o seu assunto ser essencialmente técnico, pela sua experiência como consultor internacional e conhecedor da realidade do setor em vários países, estendeu-se também a outros aspetos relacionados, como o comportamento da indústria e o posicionamento dos mirtilos nos mercados mundiais, onde o Sr. Esquivel Ele emitiu uma opinião crítica de advertência, referindo-se aos fatores que afetam a consistência dos mirtilos na origem e no destino: “Existem muitos mirtilos diferentes no mercado e as experiências dos consumidores diferem muito. Por isso é preciso fomentar a competitividade pela qualidade e avançar na substituição varietal oferecida pelos programas genéticos ao redor do mundo", assegurou, ampliando as vantagens comparativas da nova genética, muito superior em produtividade, rendimento e qualidade da fruta, tanto em tamanho quanto em sabor, e também com maior firmeza para chegar aos mercados de destino em muito melhores condições.
Dados
O especialista internacional abordou ainda a realidade quantitativa da indústria a nível global e as dificuldades que se colocam à recolha de dados fiáveis e atualizados, quer por sigilo quer por falta de organização. “Devemos conhecer ou ter acesso global aos padrões de produção mundial, onde e quanto é produzido. É importante ter essas informações porque nos permite nos posicionar como produtores nos mercados internacionais”, comentou sobre um problema que a indústria mundial realmente sofre.
em que foi enfático Jorge Esquivel foi insistir que, como produtores, exportadores ou como país, "devemos nos conhecer melhor e saber quais são nossas limitações e pontos fortes para poder competir", terminando com um apelo para melhorar as práticas no campo como principal tarefa, já que “o que as tecnologias de pós-colheita podem fazer é prolongar o bom comportamento da fruta, mas primeiro, antes disso, é preciso produzir boa fruta na fazenda, na fonte”, concluiu.
diversas realidades
O encontro, coordenado pelo professor Bruno Mezzetti, da Universidade Politécnica de Marche, é complementado por visitas técnicas a um campo de testes e formação avançada montado no próprio recinto da feira.
Outra novidade é a Feira Internacional de Viveiros e Inovação Varietal, como ponto de encontro especializado de viveiros, melhoristas, produtores, especialistas e pesquisadores que atuam em um campo estratégico para o desenvolvimento da fruticultura moderna. A este respeito, o papel é interessante. O programa global de criação e genética de mirtilo da Driscoll, por James Olmstead, da Driscoll's (EUA).
No encontro foi possível conhecer e conversar sobre a realidade do cultivo na China, através da apresentação Cultivo de mirtilo na China, apresentado por Cheng Liu, da Academia de Ciências Agrícolas de Liaoning (LAAS) e de Portugal, com uma palestra Produção de mirtilos em Portugal, que foi ditada por Pedro Brás de Oliveira, do Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária. Abordou-se também a situação geral da Europa, com a apresentação Programa de melhoramento de mirtilos na FEM: uma abordagem integrada para inovar através de novas variedades para o Norte e Sul da Europa, expostas por Lara Giongo, da Fondazione Edmund Mach (IT), entre outras, como as apresentações das várias vertentes do cultivo na Turquia, Polónia, Austrália, Hungria, EUA e país anfitrião, Itália.
Na quinta-feira, 4 de maio, os diferentes players da indústria global de mirtilo estarão focados nas tendências de mercado e produção, envolvendo os principais produtores e exportadores mundiais. Por fim, na sexta-feira, 5 de maio, será instalado um “campo de mirtilos” dentro da feira Macfrut, para visitas técnicas conduzidas por especialistas.