Os empreendedores veem ali uma estratégia de negócio porque sabem que vai faltar e nos próximos meses o valor do insumo vai disparar

Importadores de alimentos agora estão de olho em fertilizantes

Nos últimos meses, houve alertas sobre a escassez de alimentos como trigo, milho e açúcar. Mas em que magnitude? Esteban Vargas, gerente central de operações da Dinet, destaca que as grandes empresas que importavam até 500 contêineres por mês com alimentos básicos deixaram de trazer entre 100 e 150.

É por isso que as empresas deste setor procuram mercados alternativos e apostam na compra de fertilizantes. "Eles pretendem mudar o mix", revela o executivo.

O empresário vê ali uma estratégia de negócio porque sabe que vai faltar e nos próximos meses o valor do insumo vai disparar; "Dessa forma, eles esperam recuperar suas perdas", diz ele.

As negociações estão sendo feitas com países como Brasil e Argentina, pois atualmente não há restrições para isso, diz ele. Embora os fertilizantes orgânicos sejam uma alternativa, essa solução só poderia funcionar para pequenos produtores, diz ele.

Por outro lado, observa-se que as importações de produtos embalados também sofrem queda. "Não é perceptível, mas vemos que (o número de contêineres) foi reduzido entre 5% e 6% em relação ao ano anterior", observa.

armazenamento
Apesar da diminuição do número de contêineres que entram no país nas categorias de alimentos, os armazéns dos centros de distribuição da Dinet estão no topo e o mesmo acontece com outros operadores logísticos.

“Não temos excesso de capacidade, temos clientes que nos pedem mais espaço e não há”, diz Vargas. E são as empresas do setor de varejo que começam a aumentar a demanda por espaços.

"Vemos que importam mais eletrodomésticos, tecnologia, roupas esportivas, churrasqueiras, bebidas, geladeiras", detalha o executivo. Isso se deve à possibilidade do Peru se classificar para a Copa do Mundo.

“Em 2020, as empresas importaram com cautela, mas quando o consumo subiu não tiveram tempo de reagir. Houve vendas, mas não nos níveis que eles esperavam”, observa. Nesse sentido, agora eles tomam suas precauções.

Dada a grande procura, os preços dos espaços aumentaram? Eles permanecem, afirma Esteban Vargas.

"Por conta da incerteza política, o que temos feito é negociar em solas com imobiliárias para que nossos clientes não sejam afetados pelo câmbio", diz.

Tendência
Esteban Vargas garante que as empresas já estão pedindo aos operadores logísticos que digitalizem completamente sua operação. “A automação de armazém está em demanda. Temos um cliente de varejo que tem 30.000 mil metros quadrados e já nos solicitou o projeto”, diz o executivo.

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