O mau tempo afetará a produção e os embarques de frutas vermelhas no México

O aumento do custo dos insumos, a volatilidade da taxa de câmbio peso-dólar, bem como o mau tempo e a escassez de mão de obra impactaram o mercado de frutas vermelhas no México nos últimos anos, portanto, espera-se uma diminuição tanto na produção quanto nas exportações até 2025.
“Vemos 2025 com desafios, sobretudo, porque estamos vindo de algumas temporadas em que as condições climáticas dificultam a produção. Com desafios também porque temos tido escassez de mão-de-obra, por vezes com um défice de 15% para os maiores produtores. Além disso, com uma moeda que não ajudou em nada”, explicou o diretor-geral da Associação Nacional dos Exportadores de Bagas (Aneberries), Juan José Flores García, em entrevista.
As exportações de bagas – morangos, amoras, framboesas e mirtilos – atingirão cerca de 529,000 mil toneladas no final de 2024, face às 541,000 mil toneladas registadas em 2023, o que representaria uma diminuição de 2.22 por cento.
Quanto ao valor das exportações deste mercado, estas ascenderam a 3,937 milhões de dólares em 2023. Estima-se um valor inferior para este ano devido aos efeitos causados pela flutuação cambial, conforme comentado em entrevista.
Nos primeiros seis meses de 2024, o peso manteve relativa força frente ao dólar, com preço médio de 16.94 unidades por dólar, segundo dados do Banco do México (Banxico). No entanto, no segundo semestre do ano, a moeda mexicana desvalorizou-se (19%) face ao seu par norte-americano em relação ao seu preço no início de 2024, o que poderá ajudar a compensar o valor das exportações, observou o entrevistado.
Por sua vez, o entrevistado estimou que a produção de frutos silvestres do México em 2024 atingirá 800,000 toneladas, em comparação com pouco mais de 1.1 milhão de toneladas relatadas em 2023, o que significa uma queda de 27.3%.
Segundo dados da Aneberries, a produção média anual de morangos, amoras, framboesas e mirtilos em conjunto varia entre 900,000 mil e 1 milhão de toneladas.
Juan José Flores García explicou que nos últimos dois anos este mercado enfrentou uma reestruturação, derivada de desafios comerciais e macroeconómicos que levaram a uma diminuição dos volumes de produção em cerca de 11%, em média. Enquanto o nível de exportação caiu entre 15 e 20%, dependendo do tipo de frutas silvestres: morango, framboesa, amora e mirtilo.
Os principais destinos de exportação das frutas mexicanas são os Estados Unidos e o Canadá, que respondem por 95% das vendas ao exterior. Os restantes 5% estão distribuídos entre a Europa e a Ásia, sendo os principais destinos a Holanda, o Reino Unido, a Espanha, o Japão, os Emirados Árabes Unidos e a Arábia Saudita.
“Assim como em 2024, 2025 mostra um panorama de queda nos volumes. O setor está num ponto de inflexão que trará desafios importantes, portanto, serão aqueles produtores que tenham processos administrativos e produtivos mais formais, bem como maior estabilidade na sua comercialização, que poderão enfrentar estes desafios”, concluiu. Juan José Flores García.
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