Marrocos: mirtilos no Saara
Maior experiência e tecnologia
Nabil Belmkaddem, gerente geral da agroexportadora BestBerry, sediada na província de Kenitra, referindo-se às perspectivas da indústria de mirtilo no Marrocos, comenta que o crescimento da área plantada é constante e permanente, embora não exponencialmente. no período 2015-2019.
Ao mesmo tempo, o executivo ressalta que os produtores passaram a ter mais experiência, mais tecnologia e, sobretudo, acesso a uma ampla gama de variedades de plantas, em sua maioria mais produtivas e de melhor qualidade, para que a os níveis de produtividade estão se tornando ótimos.
Em nossa conversa, perguntamos a ele:
Quais são as perspectivas para a indústria de exportação de mirtilo marroquino?
Continuamos a ver crescimento em termos de área plantada, embora a taxa de aumento tenha começado a diminuir. Na verdade, não estamos mais na fase de crescimento exponencial de 2015-2019. Além disso, os produtores agora têm uma gama mais ampla de opções de variedades e novas fazendas estão sendo estabelecidas no sul do Marrocos (região de Dakhla, 23º de latitude) que proporcionarão maior precocidade. Ouvimos dizer que a qualidade da fruta é melhor em Dakhla, com graus Brix acima de 20 e um bom tamanho de fruta, devido às condições climáticas adequadas. Também há testes com variedades com alta necessidade de frio para serem capazes de produzir no verão nas Montanhas Atlas.
Vantagens e desvantagens
Ele comenta que a mão-de-obra continua sendo o maior desafio, principalmente no norte de Marrocos, porque o pico de produção nas fazendas coincide com a necessidade de mão-de-obra nas instalações de congelamento de morango, assim como com o ciclo da primavera. Na região de Agadir, a disponibilidade de água é bastante desafiadora. A superprodução de variedades precoces também pode levar a preços baixos no futuro. Além disso, variedades precoces e produtivas são patenteadas, deixando os produtores independentes com variedades antigas de uso público.
Entre as vantagens, destaca-se que o mirtilo é uma cultura perene e apresenta menor complexidade de produção em relação às demais frutas silvestres. O investimento inicial pode ser compensado em um período de 10 anos e, se os retornos forem adequados, os retornos são muito bons para os produtores.
Pós-pandemia
Sobre a crise gerada pela pandemia, ele garante que o principal desafio é manter a segurança do ambiente de trabalho no campo, durante o transporte e nas fábricas de embalagens. “No Marrocos temos conseguido manter a produção e exportar para a Europa em caminhões, mas o transporte aéreo foi cancelado durante a pandemia de março de 2020. O transporte aéreo é fundamental para chegar ao Oriente Médio e à Ásia”, destaca.
BlueMagazine
A entrevista pode ser encontrada exclusivamente em formato digital e adquirir gratuitamente a Revista BlueMagazine em papel, presencial, no lançamento que ocorrerá no XX Seminário Internacional de Blueberry, a ser realizada na Expo Guadalajara nos dias 2 e 3 de junho.
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