Multinacional americana afina detalhes para adquirir a exportadora chilena Giddings Fruit

O capital estrangeiro continuará aumentando sua presença no Chile. A americana californiana Frutura estaria prestes a fechar a compra da produtora, embaladora e exportadora chilena Giddings Fruit.
Conhecedores das negociações apontam ao Diario Financiero que, embora o acordo final não tenha sido fechado, um primeiro contrato teria sido assinado e o valor da transação ficaria entre US$ 240 milhões e US$ 260 milhões.
Esta não é a primeira compra da Frutura em território nacional. No ano passado, a mesma empresa adquiriu a Subsole, outra das grandes fruteiras do país. que, segundo a norte-americana em seu site institucional, é a maior exportadora de uvas de mesa do país, além de cultivar outros produtos como frutas cítricas, kiwi, abacate, cereja e romã.
O grupo Giddings, por sua vez, cultiva e exporta principalmente bagas e cerejas e também desenvolve suas próprias variedades genéticas. Possui plantações no Chile, México e Peru e escritórios nos Estados Unidos, Inglaterra e China, de onde abastece seus mercados ao redor do mundo.
O que é Fruta?
A empresa americana com presença crescente no Chile se define como “uma rede global de vendas e marketing comprometida em fornecer frutas de alta qualidade a clientes internacionais, 365 dias por ano”.
Frutura é uma subsidiária do fundo Renewable Resources Group (RRG), que se dedica a “identificar ativos subutilizados e otimizá-los” em áreas como energias renováveis, recursos hídricos e agricultura. “Desde a sua fundação, o RRG se concentrou em gerar benefícios ambientais e sociais, bem como retornos financeiros”, escreve o fundo em seu perfil no Linkedin.
Sob esse guarda-chuva, em 2021, formou-se o Frutura. E desde então a empresa tem se dedicado ao crescimento de sua rede de vendas por meio de diversas aquisições nas Américas.
Em seu primeiro ano de atuação, adquiriram as empresas americanas Dayka & Hackett e TerraFresh Organics, além da peruana Agrícola Don Ricardo. E em 2022, ampliaram sua presença na América Latina. Além da Subsole chilena, adquiriram uma citricultora uruguaia que passou a se chamar Frutura Uruguay.
Depois de todas as compras, os diferentes fruticultores continuam sendo administrados por suas equipes locais. Por exemplo, No caso da Subsole, o chileno continuou com Juan Colombo como CEO.
No momento da aquisição dessa empresa, David Krause, CEO da Frutura, afirmou em um comunicado de imprensa: "Ter uma forte presença no Chile é parte integrante de nossa estratégia de crescimento, por isso estamos muito satisfeitos que a Subsole agora faça parte de nossa pasta".
Da mesma forma, em entrevista à mídia especializada RedAgrícola, Krause destacou que eles se sentiram bem em investir na América Latina. “Entendemos que há risco e estamos perfeitamente à vontade com isso”, disse ele.
Fruta Giddings
A nova aquisição que a Frutura planeia em solo nacional leva o nome do seu fundador, Julio Giddings, que começou a cultivar framboesas e mirtilos em 1993.
Uma década depois, em 2002, a empresa abriu sua subsidiária Giddings México, até hoje a cargo de Patricio Cortés.
A história subsequente da empresa foi de crescimento constante. Segundo seu site, em 2008 iniciou no negócio de genética com programa próprio e, na mesma área, adquiriu a Mexican Black Venture Farms em 2011.
No ano seguinte, começaria com a entrada no mercado que hoje lidera a indústria de frutas no Chile: as cerejas. A Giddings aliou-se à exportadora Cerasus Chile e, mais cedo ou mais tarde, acabou detendo 100% da empresa..
Em seguida, o chileno continuou com sua internacionalização. Em 2016, iniciou suas operações no Peru e, em 2017, abriu um escritório em Londres, selando sua entrada na Europa. Nesse ano, aliás, a empresa assumiu o nome de Giddings Fruit, que mantém até hoje.
A linha do tempo que narra a história da empresa em seu site oficial explica que em 2019 a empresa iniciou um processo de captação de recursos para acelerar ainda mais seu crescimento. Em 2020, finalmente abriria seu escritório nos Estados Unidos, na cidade de Monterey, na Califórnia.
O crescente interesse estrangeiro pelos produtores de frutas
Nos últimos anos, as empresas chilenas de frutas têm despertado grande interesse de fundos estrangeiros de diferentes nacionalidades, que optaram por empresas locais para seus planos de expansão global.
Neste ano, por exemplo, o fundo de pensão canadense PSP Investments conquistou mais de 49% da Hortifrut, maior produtora mundial de mirtilos, fundada por Víctor Moller. A PSP tinha apenas 4,88% da empresa e lançou uma Oferta Pública de Aquisição de Ações (OPA) para aumentar sua presença na empresa.
Além da Subsole, houve outras aquisições também.
Outro exemplo é o da Unifrutti, cuja compra pela Urusbid -empresa sediada em Abu Dhabi- foi homologada pela Procuradoria Nacional de Economia (FNE) em 2022.
E no início de 2021, o family office de Teresa Solari vendeu um percentual majoritário da exportadora David del Curto para a Hancock Natural Resource Group (HNRG), outra multinacional americana, mas com sede em Boston.