Peru liderará agroexportações em nove produtos em 2023
Os embarques de frutas e hortaliças peruanas chegarão a US$ 10,000 milhões em 2022, um crescimento de 15% em relação a 2021. Até 2023, a Associação de Grêmios de Produtores Agropecuários do Peru (AGAP) projeta que o Peru atingirá seu pico de US$ 11,554 milhões , colocando no pódio mundial de embarques em nove safras.
E para o próximo ano, o sindicato agroexportador planeja manter a liderança nos embarques de mirtilos, bananas orgânicas, alcachofras e gengibre (nesses dois últimos, o Peru foi o segundo maior exportador em 2020). Enquanto em aspargos, tangerinas, uvas (superou o Chile e faturou US$ 1,255 milhões em 2022) e abacate, o Peru terá o segundo lugar. E vai melhorar a posição da manga fresca (da posição 3 para a 1, deslocando o Brasil).
Estima-se também que em alho, cebola e romã, as culturas ocupam o quinto lugar a nível internacional.
Apesar das boas projeções, Alejandro Fuentes, presidente da AGAP, esclareceu em entrevista coletiva nesta quarta-feira que o maior valor de embarques e vendas projetados para este 2022 e 2023 não significa maiores lucros para as empresas, "muitos vão registrar prejuízo ou vai reduzir sua margem de lucro”, dado o aumento dos preços dos fertilizantes, fretes marítimos, mão de obra e incerteza política local.
Além disso, disse que em culturas como citrinos, espargos e romã, os produtores terão de trabalhar mais de um ano para cobrir os elevados custos de fretes e fertilizantes.
Nesse sentido, destacou que o volume de agroexportações poderá atingir seu pico em 2023, já que nesse ano as áreas plantadas entre 2019 e 2020, antes da nova lei agrária, terão atingido sua produção máxima. E é que, segundo a AGAP, em 2021 e este ano, os investimentos que são feitos são na mecanização, para redução de mão de obra, e substituição de variedades por outras mais produtivas e que gerem menos custos de produção.
Novos mercados
Em relação aos novos mercados, o sindicato indicou que para os próximos meses está prevista a abertura da África do Sul, Chile, Filipinas e Japão para uvas; África do Sul, Coréia, Japão, Vietnã e Indonésia, para mirtilos.
Também Nova Zelândia e Israel, para aspargos; Argentina, Irã, Malásia, Taiwan, Marrocos e África do Sul, para mangas; México, para gengibre; e China e Estados Unidos, para a pitaia.
proposta sindical
A AGAP afirma ainda que o setor agropecuário está em crise, pelo que enviou ao Executivo uma proposta de oito pontos, sendo um para o setor agropecuário e os demais, voltados para assistência técnica, geração de cadeias, entre outros.
Gabriel Amaro, diretor executivo da AGAP, destacou que eles continuam trabalhando com o Ministério do Desenvolvimento Agrário (Midagri). “É hora de o setor agropecuário ser considerado o setor estratégico para o Peru e de toda a cadeia ser gerenciada de forma promocional, não só o grande exportador, mas também o pequeno. Como AGAP, estamos disponíveis para apoiar nesta linha”, disse.