Substituição de variedades em pomares de mirtilo

Margarita Torres, gerente da Comex, Asociación Viveros de Chile e editora principal do Anuário Viveros 2020

Margarita Torres, gerente da Comex, Asociación de Viveros de Chile e editora principal do Anuário Viveros 2020, explica a importância da substituição varietal na fruticultura. Torres afirma que o principal nesse processo é se adaptar às mudanças e tendências de consumo do mercado internacional, não só em características organolépticas como sabor, cor, firmeza, produtos sem sementes, bom calibre, entre outras, mas também conseguir atingir no momento certo e nas melhores condições, o que exige variedades com alta capacidade pós-colheita e que possam chegar aos mercados mais distantes do Chile, como a China e outros países asiáticos.

“Com reposição varietal e nova genética podemos melhorar a adaptação às novas condições edafoclimáticas (solo e clima) para explorar novas áreas de cultivo, bem como adaptar as lavouras à mecanização e manejo em altas densidades de plantio”, afirma.

FATORES A CONSIDERAR

O especialista argumenta que hoje há um fator importante a se considerar, que são as mudanças climáticas e, portanto, são necessárias variedades resistentes a eventos cada vez mais intensos e frequentes, como secas, geadas, chuvas fora de época, etc. E com base nisso, a genética propagada por viveiros é fundamental.

Por outro lado - esclarece - é importante lembrar que as variedades também devem ser lucrativas para o fruticultor, portanto, buscam-se maiores rendimentos, melhores calibres, necessidade de menos e manuseio mais simples no campo, que exigem menos aplicações do produto.

“Nesse sentido, a substituição também é necessária na hora de optar por variedades que permitem ampliar a janela de exportação e que podem ser colhidas em datas em que a oferta não é concentrada e, portanto, obtém-se melhores retornos”, afirma.

Ele acrescenta que o Chile aposta há vários anos na substituição genética em espécies de grande importância como uvas de mesa, macieiras e bagas, nas quais foram incorporadas as características desejadas por consumidores, produtores e exportadores, chegando ao fim. da rede com produtos de primeira qualidade.

E quanto aos mirtilos? Como foi essa mudança varietal? Que características estão sendo privilegiadas?

  • No mirtilo, as novas variedades vêm principalmente de programas genéticos nos Estados Unidos e na Austrália introduzidos nos últimos anos no Chile. Esses programas chegaram a representar 2019% das plantas de mirtilo comercializadas no país em 68.

    Entre eles, há variedades da University of Florida, entre as quais Emerald é a mais relevante; Suzie Blue e Ochlockonee se destacam da University of Georgia, enquanto Fall Creek desenvolveu variedades como Blue Ribbon e Top Shelf em seus programas de melhoramento.

    Por sua vez, as variedades tradicionais livres, como Duke e Legacy, continuam a representar uma percentagem significativa das plantas comercializadas, ambas constituindo cerca de 30% das plantas de mirtilo comercializadas a nível nacional no ano passado.

    O programa MBO inclui variedades de temporadas iniciais, intermediárias e finais, sendo as mais reconhecidas Eureka e Twilight.

    As principais características que se pretende melhorar com as novas variedades de mirtilo são o alcance de maior calibre e firmeza, bem como rendimentos mais elevados. No mirtilo é muito importante manter um bom estado de pós-colheita para garantir uma boa chegada aos mercados de exportação. Todas essas características, mais a escolha correta da zona edafoclimática onde a cultura será implantada, são fundamentais para o sucesso dos plantios.

Quais são as variedades que estão sendo deslocadas?

  • As variedades livres de mirtilo plantadas há anos, como O'neal ou Jewel, foram substituídas por novas variedades protegidas dos diversos programas genéticos internacionais, que apresentam características como melhores rendimentos de produção e melhores características do fruto de exportação já mencionado. , sendo o mais importante a firmeza. Por outro lado, outras variedades tradicionais ainda desejadas pelos produtores são Legacy e Duke, pelas suas características produtivas e boa qualidade dos frutos. As novas variedades, introduzidas nos últimos anos, no entanto, estão atualmente cobrindo grande parte do mercado de comercialização de plantas para novos projetos agrícolas.

O que acontece na zona sul?

  • Na zona sul, devem ser estabelecidas as variedades que se adaptam às condições de cada localidade, com variedades que permitam cumprir os requisitos impostos por cada zona (principalmente horas frias e condições de solo).

Qual é o custo do processo de substituição varietal?

  • A substituição varietal não se refere apenas ao uso de variedades protegidas, caso em que o pagamento de royalties deve ser considerado nos custos. Assim, dependendo do contrato particular com o licenciado, geralmente é aplicado um custo por planta ou um custo por área plantada. Tanto os valores quanto a forma de pagamento são estabelecidos especificamente para cada programa genético.

    No caso de opção por variedades livres, deve-se considerar apenas o valor da planta, além obviamente do custo do trabalho cultural prévio ao estabelecimento da nova safra.

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