As exportações de frutas chilenas podem sofrer um efeito desastroso devido a atrasos na cadeia logística na China e nos EUA.

4.000 contêineres de cerejas não entraram na China a tempo e cerca de 50% dos embarques de mirtilo têm problemas.

Segundo dados da IQonsulting, devido a atrasos logísticos, cerca de 4.000 contêineres de cerejas chilenas não entraram na China a tempo, o que está afetando a comercialização desta fruta em seu principal mercado. Aproximadamente 30% do volume de cerejas está com problemas e com retornos ruins, assegurou o presidente da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), Cristián Allendes, segundo relatórios O mercúrio.

Acrescentou que os processos de entrada alfandegária na China também têm complicado a venda de cerejas naquele destino. “A fruta pode demorar 15 dias para sair da alfândega, então isso atrasa muito as vendas e os compradores começaram a perder o interesse porque, além de achar a fruta velha, começaram a achar que ela não tinha um sabor rico. Os preços que antes estavam entre US$ 4 e US$ 3 vão passar a US$ 1, são números muito fortes que vão cair”, garantiu.

Mirtilos também foram afetados. Segundo a IQonsulting, cerca de 50% dessas cargas tiveram problemas devido ao prolongamento de 14 para 35 dias no tempo de chegada da fruta aos mercados de destino. De fato, estima-se que 10% dessa fruta foi completamente perdida.

Um dos principais mercados dessa fruta são os Estados Unidos, onde -segundo Allendes- também houve pressão na cadeia logística [no USEC] devido ao desvio de navios europeus que iam para a Rússia e foram redirecionados devido ao conflito com a Ucrânia. "Na Filadélfia, antes, chegavam quatro navios por semana e hoje estão chegando oito, então há muita pressão na queda [desembarque] da fruta porque muitas outras coisas estão chegando nos EUA", disse ele.

Quanto à uva de mesa, na 11ª semana (pico de embarques) foram embarcadas 6,5 milhões de caixas, cerca de 4% a menos que no mesmo período. A esse respeito, o presidente da Federação dos Produtores de Frutas (Fedefruta), Jorge Valenzuela, explicou que “metade [das exportações] é despachada, enquanto 80% da outra metade está em frigoríficos e o custo de fazer isso é enorme”, ele disse.

Acrescentou que "o mercado norte-americano foi bom para as uvas de mesa, mas com esta questão não as conseguimos enviar e também aí a queda [desembarque] de fruta nos portos de chegada tem sido muito lenta", disse Valenzuela, que acrescentou que deixou de ser um negócio exportar maçãs tradicionais, devido ao alto custo de envio para o exterior.

Por fim, o presidente da Associação dos Exportadores de Frutas (Asoex), Ronald Bown, disse que, embora ainda não tenha sido quantificado o impacto dos problemas logísticos nas exportações de frutas, o efeito pode ser "desastroso". “Para algumas espécies, como uvas de mesa e maçãs, pode significar que os preços não compensam os custos envolvidos ou, como no caso dos mirtilos, tempos de viagem mais longos do que o normal afetaram o estado da fruta que chegou ao mercado. ," ele disse.

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