Restrições sobre mirtilos

Existe um otimismo no Serviço de Agricultura e Pecuária (SAG), bem como entre os produtores e exportadores locais de mirtilos para o eventual levantamento de restrições aos embarques para os Estados Unidos de algumas comunidades indígenas. Pelo menos, isso fica claro a partir das declarações do diretor nacional da agência, Angel Sartori, que ontem em Chillán disseram que estão aguardando que a Autoridade de Saúde desse país resolva a curto prazo uma medida nesse sentido.

Como será lembrado, em dezembro de 2013, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos decidiu impor restrições às exportações chilenas de blueberries frescas para aquele país, devido à detecção da peste botânica de Lobesia em pomares nas regiões de O'Higgins e Maule

A medida, que pegou os produtores de surpresa, gerou grande preocupação em nível local, já que a US Health Authority exigiu a fumigação com brometo de metila do produto in natura, aumentando os custos e tornando a logística mais complexa. E embora, após negociações diplomáticas e técnicas entre os dois países, a restrição fosse relaxada mais tarde, permitindo a fumigação no destino, o que na prática significava evitar a deterioração prematura do produto, em qualquer caso permanece um assunto relevante para os exportadores.

O impacto desta decisão tem sido particularmente negativo para a região do Bío Bío, onde se concentra a maior área de mirtilos plantados no país, e para a Província de Ñuble, cuja principal exportação de frutas é justamente essa berrie.

Segundo dados do Comitê de Cranberries do Chile, no país existem 15.600 hectares plantados com blueberries, dos quais 4.455 estão na região do Bío Bío, onde Ñuble lidera a superfície.

Além disso, segundo as estatísticas da Odepa, na 2015 as exportações de mirtilos da Região para os Estados Unidos alcançaram 7.396 toneladas, no valor de XUM milhões de dólares. A importância relativa desse destino é alta, já que os Estados Unidos concentram quase 39,2% dos embarques dessa fruta da região do Bío Bío.

A boa notícia é que as avaliações feitas pelo SAG em propriedades de diferentes municípios da Região do Bío Bío não detectaram a presença da praga em estados imaturos, pelo que a expectativa do organismo aponta que a Autoridade Sanitária de EE. UU., Com base nas informações que lhe foram entregues do Chile, resolvem acabar com a exigência da fumigação de blueberries provenientes dessas comunas, várias delas de Ñuble.

Isso significará que os produtores que podem ser favorecidos reduzirão a complexidade logística e os custos, enquanto que para os orgânicos significará a reabertura do mercado norte-americano, porque até agora, a fumigação obrigatória impedia que eles certificassem sua produção.

É um desenvolvimento positivo, onde se deve valorizar o enorme esforço humano e recursos despendidos pelo SAG, que tinha um orçamento prioritário para combater a peste no país, alcançando resultados positivos em várias regiões. No entanto, também é justo destacar a colaboração do setor privado neste desafio, que exigiu a melhoria das práticas sanitárias nas instalações.

Espera-se que no curto prazo as expectativas da autoridade sejam atendidas e que as demandas para as remessas de oxicoco sejam normalizadas em breve, no entanto, será necessário continuar melhorando a conformidade das medidas sanitárias nas propriedades, bem como o trabalho de vigilância do SAG, para que no futuro emergências como estas possam ser abordadas em áreas tão sensíveis para a economia, onde a segurança se tornou um fator relevante no mercado agro-alimentar global.

Fonte: A discussão

 

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