ADEX: Uvas, abacates e mirtilos peruanos têm oportunidades no Sudeste Asiático

No primeiro semestre do ano, os embarques de alimentos peruanos (agronegócio e pesca para consumo humano direto) para o Sudeste Asiático totalizaram US$ 187 milhões, refletindo uma queda de 36,1% em relação ao mesmo período de 2021, razão pela qual é necessário uma agenda de trabalho efetivo aproveitar melhor esses mercados, disse a Associação dos Exportadores (ADEX).

O diretor do Centro de Pesquisa em Economia e Negócios Globais (CIEN-ADEX), Edgar Vásquez Vela, indicou que existem vários produtos que Peru exportam para o mundo em quantidades significativas, mas devido a vários fatores não conseguem se posicionar nos países membros da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN): Brunei, Camboja, Indonésia, Laos, Malásia, Mianmar, Filipinas, Cingapura, Tailândia e Vietnã.

"Na categoria de agronegócios, a fruta peruana mais exportada para o mundo é uva, que ultrapassou US$ 1.000 milhão em 2021. Paralelamente, essas nações o importam do mundo por mais de US$ 1.054 milhão, porém, Peru representa apenas 2% desse total. A figura é semelhante com tangerinas frescos, abacates, mirtilos, entre outros"Ele explicou.

Ele acrescentou que no setor de pesca e aquicultura as oportunidades estão no camarão, já que essas nações o compram por mais de US$ 722 milhões, e nosso país fornece apenas 0,4% de seus pedidos. O mesmo ocorre com a lula, que, do total importado pelos mercados do Sudeste Asiático, Peru concentra apenas 1,4%.

"Estamos aproveitando as oportunidades aos poucos, mas o potencial desse bloco ainda é muito grande e a participação é muito baixa. Este é um sinal claro de que devemos olhar melhor para esses destinos, abrir mais oportunidades, ver os casos em que ainda não há acordos comerciais, finalizar as negociações e complementá-las com uma agenda agressiva de abertura sanitária que permita que nossos produtos líderes posicionar-se", a ponto.

Ele também lembrou que no ano passado Peru importados de membros da Asean por quase US$ 2.199 milhões, enquanto os embarques somaram apenas US$ 653 milhões. “Se eles podem nos exportar por esse valor, significa que eles construíram a logística necessária, que devemos aproveitar para aumentar os embarques"Ele disse.

Além disso, argumentou que os atuais Acordos de Livre Comércio com a Tailândia e Cingapura não devem ser perdidos de vista. “No caso do Vietnã, Malásia e Brunei Darussalam, estamos unidos pelo acordo Transpacífico, embora nestes dois últimos casos ainda não tenham sido ratificados"Ele disse.

De referir que a ADEX irá organizar a próxima Expoalimentaria 2022, a feira de comida evento de maior destaque da região, que voltará ao formato presencial, e anunciou que uma delegação de compradores desses países se reunirá neste evento para conhecer o melhor da oferta exportável do Peru.

Em detalhe

Os embarques primários para o Sudeste Asiático totalizaram US$ 81.6 milhões nos primeiros seis meses do ano, caindo 60,5% e respondendo por 43,6% do total. A mineração liderou esse setor com US$ 65.5 milhões graças ao cobre e seus concentrados. Seus principais destinos foram Malásia, Tailândia e Vietnã.

O não tradicional somou US$ 105.4 milhões, apresentando um aumento de 22,3%. O agronegócio (US$ 36.2 milhões) foi o subsetor mais importante, crescendo 23,7%, seguido pela pesca para consumo humano direto (US$ 28.5 milhões) e mineração não metálica (US$ 17.4 milhões).

Seus itens mais populares eram chocos e lulas, fosfatos naturais de cálcio, grãos de cacau, uvas frescas e zinco não ligado, que foram enviados principalmente para a Tailândia, Indonésia, Vietnã, Malásia e Cingapura.

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