O Peru se posiciona como o principal exportador mundial de mirtilos e grãos de quinoa

Da mesma forma, o país andino é considerado o segundo maior exportador de abacate fresco, castanha amazônica e gengibre, e o terceiro maior exportador de palmito em lata.

O Peru é o maior exportador mundial de mirtilos e grãos de quinoa; o segundo com abacate fresco, castanha da Amazônia e gengibre e o terceiro com palmito em lata.

Para continuar neste mesmo caminho é necessário enfrentar os desafios do setor, que fazem parte da agenda de trabalho da Associação de Exportadores do Peru (Adex) e outras instituições importantes, disse o presidente do sindicato, Julio Pérez Alván.

Durante sua participação no 22º Almoço Agroexportador, que contou com a presença do Ministro do Comércio Exterior e Turismo, Elizabeth Galdo Marin, e o Ministro do Desenvolvimento Agrário e Irrigação, Angel Manero Campos, lembrou que este setor gera desenvolvimento económico e social.

“Segundo dados do CIEN-ADEX, as agroexportações (tradicionais e não tradicionais) representam 3,8% do Produto Interno Bruto (PIB). Em 2023 atingiram US$ 10.202 milhões, alcançando uma variação de 4,2% em relação a 2022”, comentou.

“Apesar de um panorama complicado pela convulsão social do início de 2023, o ciclone Yaku, o fenômeno El Niño e outros fatores”, continuou ele, “atingiram um recorde graças ao aumento das exportações peruanas de frutas e cacau. O fornecimento de 644 produtos de 2.730 exportadores atingiu 140 mercados”, disse.

Julio Pérez Alván Fotografia do presidente da ADEX: Associação de Exportadores ADEX

agenda

Perez Alvan Acrescentou que a investigação está na agenda pendente; Os fenómenos climatológicos são cada vez mais fortes e frequentes, trazendo consigo o aparecimento de pragas e doenças, ultrapassando a capacidade e velocidade de adaptação das espécies domesticadas e silvestres. “Isso deve nos levar a buscar culturas mais resistentes, sem afetar a biodiversidade”, sugeriu.

Um desafio é a presença natural de alguns contaminantes, como o ácido fosfônico e o brometo orgânico, que afetam a exportação de produtos orgânicos e convencionais - acrescentou - portanto, o apoio de organizações de pesquisa é essencial, para desenvolver estudos que identifiquem as causas dessa presença e propor ações para reduzi-la. “Por isso pedimos ao Governo que continue a apoiar as instituições geradoras de investigação aplicada, transferência de tecnologia, assistência técnica, protecção sanitária, fitossanitária e zoossanitária”, enfatizou.

Outra questão pendente é a expansão da fronteira agrícola do país andino e o acesso aos recursos hídricos, nesse sentido, destacou que o projeto de irrigação Chavimochic III foi retomado, parado há mais de 8 anos e que será retomado após a assinatura do contrato entre os governos do Peru e do Canadá. “Isso contribuirá para o fortalecimento da nossa posição como potência agroexportadora. Esperamos que outros projetos de irrigação no sul continuem a ser reativados”, afirmou.

22º Almoço Agroexportador de 2024 / Fotografia: Associação de Exportadores ADEX

Um ponto importante é o fortalecimento da Serviço Nacional de Saúde Agrária (Senasa) que administra o acesso dos produtos peruanos a outros mercados. Ele espera que este ano seja aprovado o acesso de uvas de mesa ao Chile, romã e frutas congeladas (manga, abacate e mirtilo) à China, aguaymanto aos Estados Unidos, hortênsias ao Brasil e frutas cítricas à Nova Zelândia e Vietnã. Considerou que esta instituição necessita de um orçamento maior, razão pela qual solicitou ao Governo peruano que fornecesse as instalações necessárias.

União Europeia

Referiu-se também a alimentos funcionais como cañihua, tarwi e camu camu, considerados novos alimentos para a União Europeia, pelo que ainda não podem entrar. O trabalho de investigação e a apresentação de documentação científica e técnica à Autoridade Europeia de Saúde permitir-lhes-ão ampliar as suas oportunidades. Da mesma forma, mencionou as regulamentações da União Europeia contra o desmatamento que entrarão em vigor no final deste ano e que incluem produtos como café, cacau e dendê. “Há uma grande preocupação com o impacto desta regra nestas cadeias”, acrescentou.

“A ADEX atua em duas frentes importantes, a promoção comercial e a coordenação com instituições ligadas ao comércio internacional. Juntamente com a Promperú e o Ministério das Relações Exteriores, e com o apoio das Embaixadas da Malásia, Vietnã e Tailândia, a missão comercial será realizada a estes países do Sudeste Asiático. Em maio, diversas empresas participarão da Feira Thaifex, na Tailândia”, explicou.

22º Almoço Agroexportador de 2024 / Fotografia: Associação de Exportadores ADEX

O Peru estará presente na feira Seoul Food & Hotel, em Seul, na Coreia do Sul, e entre os dias 25 e 27 de setembro será realizada em Lima a feira Expoalimentaria, além de uma missão comercial aos países nórdicos em outubro com o apoio da Embaixada na Suécia. “Aproveito este espaço para anunciar que se soma à agenda comercial a nossa participação como organizadores do pavilhão do país da feira SIAL Paris que será realizada de 19 a 23 de outubro, onde, junto com a PromPerú, levaremos cerca de 40 alimentos empresas”, observou.

Por sua vez, os dirigentes do Mincetur e Midagri destacaram o progresso das agroexportações peruanas, o seu impacto na criação de empregos, e recordaram o trabalho do governo na abertura comercial com a assinatura de mais TLCs e obras de infraestrutura (portos, aeroportos, projetos de irrigação ) e outros.

O Ministro Ángel Manero Campos reafirmou o seu compromisso com a implementação da nova Lei Agrária, que visa proporcionar um quadro promocional que impulsione os investimentos e garanta que esta atividade volte aos índices de crescimento dos anos anteriores (entre 10% e 15%).

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