Este ano uma das empresas líderes mundiais na produção e comercialização de bagas, a Driscoll's, fez várias aquisições. Uma delas, em meados de junho, foi a compra da Berry Gardens Growers Limited (BGG), a maior cooperativa de fruticultores do Reino Unido.

Então, em julho, a empresa chegou a um acordo para adquirir a Haygrove Africa Trading, uma subsidiária da Haygrove Heaven. Este ano, a Driscoll's continuará fortalecendo os laços com várias organizações, confirmou Miguel Ángel Curiel, vice-presidente e gerente geral da Driscoll's México.

"O que tem sido feito é fortalecer essas relações por meio dessa formalização, compras de operações tanto na África quanto no Reino Unido."

Sobre a compra da Haygrove Africa Trading, Miguel Ángel Curiel referiu: "Antes já existia uma relação exclusiva de produção e comercialização e o que estamos a fazer é reforçar o objectivo de sermos líderes mundiais em mirtilos, tendo uma base permanente em África, que complementa o programa que temos do hemisfério sul”.

Sobre os desafios para o setor, que enfrenta uma crise logística e inflação crescente em quase todos os países, o vice-presidente e diretor geral da Driscoll's México explicou que "um dos desafios é a disponibilidade de mão de obra, que é uma questão importante para a indústria. Em segundo lugar, há o aumento dos custos de insumos como fertilizantes, materiais para instalação de túneis. A logística global atingiu os programas de produção e plantio, onde o mercado está com falta de fertilizantes, substratos."

“A indústria de bagas, como a da Driscoll, tem uma grande responsabilidade em meio a esse cenário incerto. Hoje, a indústria de bagas representa 15% das exportações agrícolas do México e continuará sendo uma indústria que está crescendo."

Assim que o dólar subiu, o especialista comentou: “No caso do México houve uma taxa de câmbio muito estável. Eu tive que participar de uma conferência onde eles nos falaram sobre as perspectivas assim que o câmbio se estabilizar, mas a inflação vai continuar subindo. Há projeções de 8% para o México, haverá um aumento da taxa de juros do país que fechará mais disponibilidade de dinheiro. Estamos presos pela cintura com o que está acontecendo nos Estados Unidos, já que nosso intercâmbio econômico é muito grande e dependente”.

Sobre a crise logística, Miguel Ángel Curiel indicou: “Se levarmos em conta que no México houve um subsídio à gasolina, o custo do transporte não aumentou tanto em comparação com outras regiões. 98% do que exportamos para a América do Norte é por terra, então não tivemos uma interrupção na cadeia de suprimentos."

temporada de bagas 2022
A temporada de frutas mexicanas de 2022 começa no final de agosto. 98% das exportações da Driscoll vão para a América do Norte para países como Estados Unidos e Canadá. Apenas 2% dos embarques são destinados à Europa e Ásia.

“Esperamos que seja uma temporada mais normal. Estamos sob a pressão do fenômeno La Niña há dois anos, com condições de seca durante o inverno, quando normalmente temos chuvas de inverno no México, o que nos permite ter melhores condições agroclimáticas”, disse Miguel Ángel Curiel.

Sobre as projeções, destacou o especialista; “Na temporada passada, terminamos com 200.000 toneladas. A indústria deve ter chegado a 500 milhões de toneladas ou um pouco mais. Projetamos um crescimento nesta base de 8% a 10%”

“Teremos um crescimento muito uniforme entre as diferentes culturas. O morango é a cultura que representa quase 50% do nosso volume e terá um crescimento de 8% a 9%. Nas demais safras vamos ficar nessa faixa, não há uma grande diferença, ou seja, entre 8 e 10%”.

Investimento e inovação
A empresa investe constantemente, principalmente com foco em materiais genéticos. “Temos alguns dos programas mais abrangentes do mundo em todas as culturas. Em todas as regiões, especialmente no México, temos investido na melhoria do nosso sistema de produção de variedades. Também continuamos melhorando e aperfeiçoando nossa cadeia de frio, que é vital para entregar um produto de qualidade ao consumidor, e continuamos fazendo investimentos significativos no México”, disse Miguel Ángel Curiel.

Quanto à inovação, “nosso foco é atender esse consumidor norte-americano”, disse Curiel, acrescentando que “o que vemos como inovação está constantemente indo além do padrão de qualidade, sabor e valor do produtor que nosso cliente aprecia. O trabalho anterior nas diferentes direções e atributos que os produtos podem dar, por exemplo, o sabor é o número um. Também temos tamanhos, embalagens. Clientes e consumidores exigem propostas de valor diferentes. Para nós, ainda são 80% de qualidade do produto, sabor, e o restante é trabalhar em inovações que melhoram a eficiência na colheita, na cadeia de suprimentos. Continuamos investindo em coisas muito básicas que nos permitem reduzir o tempo do campo até o consumidor, mantendo a qualidade pós-colheita da fruta. Estamos focados em melhorar nossa proposta de valor para o consumidor.”